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Concentração em Memória de Marielle Franco | Braga

A Coletiva de Braga subscreve  o manifesto do coletivo FIBRA do Porto. E convoca tod@s a participarem da concentração em memória de Marielle Franco quarta-feira, dia 20 de Março às 18h, na Avenida Central (junto às arcadas) de Braga. 

No dia 14 de março de 2018, Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes foram brutalmente assassinados no Rio de Janeiro.  Marielle, mulher negra, numa relação lésbica, mãe e cria do complexo da Maré, que acabara de completar seu primeiro ano de mandato como vereadora, lutava pelos direitos humanos num dos estados onde há a polícia que mais mata e que mais morre do Brasil. No combate ao racismo, lgbtfobia, violência de gênero e direitos reprodutivos das mulheres, sua atuação não se limitava somente à Câmara dos Veradores, perpetuava também nas denúncias dos atos abusivos da polícia militar nas comunidades carentes do Rio de Janeiro, bem como no amparo às famílias destes agentes quando mortos. Além disso, Marielle incomodou poderosos com seu jeito combativo e irreverente de fazer política e, consequentemente, toda a corrupção que a cerca, apenas pelo simples fato de olhar para quem realmente necessita. Eleita pelo PSOL com 46.502 votos, a segunda mulher mais votada ao cargo em 2016, foi presidente da Comissão dos Direitos Humanos e escolhida como relatora da comissão que iria monitorar a intervenção militar no Rio de Janeiro duas semanas antes do seu assassinato. Com duração de 10 meses, a intervenção federal contribuiu para o aumento de chacinas e mortes por policiais no Estado, demonstrando assim o interesse dos poderosos no silenciamento de Marielle. 

Sua companheira, Monica Benício, vem desde então lutando incansavelmente para a identificação dos autores e mandantes deste crime que chocou o mundo. Um ano após a execução de Marielle, as investigações das autoridades seguem sem conclusão, porém apontam para o envolvimento de milicianos do Escritório do Crime, um dos mais poderosos do Rio.  O mais chocante é que algumas das apurações sugeriram um elo entre este grupo paramilitar e a família do Presidente da República Jair Bolsonaro, que coincidentemente, alcançou o poder através de um discurso armamentista e violento. Bolsonaro representa um perigo iminente à democracia brasileira com a implementação de um governo autoritário que busca sequestrar os direitos da população e instaurar um regime fascista no Brasil. Num país que mais mata ativistas no mundo, lutar contra as desigualdades para reduzir a disparidade de classes como Marielle fazia se torna uma atitude mais que corajosa, é um ato de força e resistência. Quantos mais precisarão dar suas vidas para acabar com as opressões às minorias políticas no país? 

Marielle, hoje, reconhecida mundialmente como símbolo de luta em defesa das minorias, deixou o seu legado e nunca será esquecido. Sua luta segue conosco em busca de uma sociedade justa e igualitária! Somos todos Marielle. 

MARIELLE PRESENTE! HOJE E SEMPRE!


FIBRA – Frente de Imigrantes Brasileiros Antifascistas do Porto

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