💬 8M Vila Real | Painéis de Conversa | Greve Feminista Internacional
Programa: 💜✊ Greve Feminista Internacional 2021
- Datas:
- Online Dom., 7 MARÇO 2021 18:00h
- Online Seg., 8 MARÇO 2021 21:00h
Basta, de desigualdade entre mulheres e homens no trabalho, em casa, no espaço público, nas escolas e universidades. Basta, de mulheres assassinadas vítimas de violência de género.
As violências que sofremos são múltiplas, por isso a Greve que convocamos também o é.
No dia 8 de Março faremos greve ao trabalho assalariado, ao trabalho doméstico e à prestação de cuidados e ao consumo de bens e serviços.
Os currículos que estudamos contam a história dos vencedores, omitindo o papel da mulher e as suas resistências ao machismo, ao racismo, ao colonialismo e ao capitalismo. A praxe académica, onde o poder é exercido por meio da humilhação, reproduz violência patriarcal e perpetua estereótipos de género e objetificação dos nossos corpos. Apenas uma educação pública, gratuita, democrática e inclusiva possibilita a nossa emancipação. Uma escola da diversidade, crítica, sem lugar para preconceitos e invisibilização, como resposta ao conservadorismo. Uma escola livre de opressões, dentro e fora das salas de aula. Um sistema educativo que não reproduza o atual sistema capitalista, racista e patriarcal.
Em todo o mundo, nós, mulheres, representamos cerca de metade da força de trabalho. Em Portugal, o nosso salário é em média 15,8% inferior aos trabalhadores homens. Para além das 8 horas de trabalho diárias, ainda nos são impostas horas a fio de trabalho não remunerado, quer seja na realização das tarefas domésticas, quer seja a cuidar de outras pessoas. Os baixos salários, a elevada carga horária, o assédio moral e sexual, os objetivos de produção inatingíveis e a precariedade geral, aliadas ao desinvestimento nos serviços públicos, tornam a nossa vida consideravelmente difícil e mais vulnerável aos ataques da sociedade machista. Quando falamos em mulheres negras e imigrantes, o problema agrava-se, pois são quem maioritariamente ocupa os trabalhos mais precários, enfrentando ainda o racismo e xenofobia da nossa sociedade e Estado.
Queremos parar de consumir, parar os mercados, queremos parar a cidade, mas também queremos criar estratégias de consumo alternativo que respeitem os nossos direitos e as nossas vidas. Rejeitamos a sociedade de consumo, que nos condiciona a liberdade e nos transforma em consumidoras. Recusamos a exploração dos nossos corpos e das nossas identidades, os estereótipos que ditam medidas-padrão, ideais de beleza formatados, gostos, comportamentos e promovem estigmas e discriminações. Porque exigimos ser protagonistas das nossas vidas e donas dos nossos corpos, recusamos o negócio em torno da nossa sexualidade e saúde reprodutiva e reclamamos a gratuitidade dos produtos de higiene.
O cuidado e a manutenção da vida são essenciais a qualquer sociedade e, no entanto, o trabalho doméstico é desvalorizado como se de uma tarefa menor se tratasse. Somos nós, mulheres, quem sustenta a sociedade e os sistemas económicos com o nosso trabalho reprodutivo e doméstico, assegurando o cuidado das crianças e de outras pessoas dependentes.
Denunciamos e recusamos o estereótipo da mulher cuidadora, maternal e responsável!
Exigimos o reconhecimento do trabalho doméstico como trabalho!
Exigimos a socialização dos cuidados na esfera pública!
Exigimos a regulamentação dos direitos laborais das cuidadoras e dos cuidadores!
Batemo-nos pela justa divisão de responsabilidades!
📣 No dia 8 de Março dizemos BASTA! ✋🏾
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