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👩‍🎨🎨 8M: Construção de Mural - A Pandemia é Machista!

No dia 8 de Março, pelas 16H, no painel da Rua Dom António Alves Martins - Junto à PSP (Viseu), vamos construir um mural simbólico alusivo ao Dia Internacional das Mulheres.

A construção do mural será transmitida em direto no nosso Facebook

(com distanciamento social e equipamentos de proteção individual, cumprindo todas as normas e recomendações da Direção Geral de Saúde).

MANIFESTO

A Pandemia é Machista!

Dia 8 de março é assinalado o Dia Internacional das Mulheres. Mulheres por todo o mundo têm-se levantado e mobilizado nesta data em defesa dos seus direitos e contra a violência. Em 2021, depois de um ano de pandemia, as mobilizações poderão ser diferentes, mas a defesa dos direitos das Mulheres e a pertinência da data é emergente.

A pandemia expôs e aprofundou desigualdades e injustiças sociais já existentes, frutos de uma sociedade que ainda ergue barreiras por motivos de género, idade, origem geográfica ou cultural, religião, deficiência ou orientação sexual. A justiça social e a liberdade na diferença são ainda batalhas por ganhar.

A subvalorização do trabalho e das competências das Mulheres são uma realidade, com reflexo na discriminação salarial. A retribuição das Mulheres é geralmente cerca de 15% mais baixa, tendo como consequência que também as prestações se proteção social e as pensões sejam mais baixas, condenando muitas Mulheres a um maior risco de pobreza.

Mas nos seus locais de trabalho, as Mulheres são também ainda o alvo principal de comportamentos discriminantes e abusivos, procedentes de estereótipos misóginos, que se intensificam quando falamos de Mulheres com vínculos precários, de Mulheres pertencentes a minorias, de Mulheres imigrantes e de Mulheres com baixas qualificações.

Em ano de pandemia, o regime de teletrabalho acabou por se tornar mais uma forma de sobrecarregar as Mulheres, assoberbadas por papéis de género intrinsecamente desiguais. Para muitas Mulheres, o teletrabalho representa uma sobrecarga, tornando verdadeiramente difícil a conciliação da vida pessoal e familiar.

Lembramos que muitas vezes o trabalho doméstico, bem como o trabalho dos cuidados à família, cabe às Mulheres, que assim acumulam uma dupla, ou tripla, jornada de trabalho não remunerado e invisibilizado. Uma situação que afeta de forma particular as Mulheres em teletrabalho, mas também todas aquelas que se têm entregado às suas funções de combate à pandemia na ‘linha da frente’ ou noutras funções essenciais para que a sociedade não estagne.

Reclamamos e reforçamos, neste primeiro 8 de Março depois da pandemia se abater sobre Portugal, o reconhecimento do valor social do trabalho doméstico e dos cuidados, além da partilha das responsabilidades na sua prestação! 

Reclamamos igualdade salarial e de acesso ao trabalho Exigimos um tratamento digno em contexto laboral!

Mas a pandemia de covid-19 reforçou ainda uma outra pandemia: a violência doméstica. Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública mostra que 34% das pessoas inquiridas foram vítimas de violência doméstica pela primeira vez durante a pandemia. 

A pandemia não só agudizou os casos de violência doméstica já existentes, como despoletou novas situações, consequências dos períodos de confinamento que forçam a convivência permanente das vítimas com os agressores, além de dificultarem a denúncia. Lembramos que as mulheres representam cerca de 80% das vítimas de violência doméstica.

Mas uma perceção que normaliza a violência e a desigualdade e a vai perpetuando na sociedade, apesar de todos os discursos e campanhas que a denunciam, está também presente na violência no namoro. Num estudo da UMAR, 67% de jovens considera normal a violência numa relação de namoro, com uma legitimação maior por parte dos rapazes.

Reclamamos o rompimento com valores e estruturas conservadoras machistas, misóginas e discriminantes, legitimadores das mais diversas formas de violência, atentando contra os direitos das Mulheres!

Defendemos uma sociedade com lugar para todas as Mulheres, com lugar digno para todas as pessoas! Que para tal tem, necessariamente, que ser feminista, LGBTI+ inclusiva, ecologista, antirracista e democrática.

Apesar da pandemia, continuaremos a reinventar formas seguras de estar nas ruas e espaços públicos de Viseu na defesa, cada vez mais necessária, dos Direitos Humanos e da Democracia!

Subscrição do Manifesto: https://forms.gle/GeBaDyF8Pb9E95QY8 (Google Forms)

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