8 dias, 8 rodas: Violência doméstica, o corpo da Mulher

8 dias, 8 rodas: Violência doméstica, o corpo da Mulher

Ciclo de conversas promovido pelo Núcleo Feminista de Évora. Segue-se a programação de todo o evento e o link para inscrições, as rodas vão ser feitas no Instagram e no Zoom.
Caso não consigam estar presentes na roda esse dia não haverá problema, as conversas vão ficar gravadas no nosso canal de Youtube, do qual também enviamos link a seguir:

Link de inscrição: https://forms.gle/FRhz7BpXYWPRSuGFA
Link de Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCo72o8SXlfkasLvlnJ8r06Q
Instagram: @nucleofeministaevora

Programa 8 de Março de 2021, 21h:

Tema: Violência doméstica, o corpo da Mulher
Artista: Mara
Moderadoras: Ana Beatriz Cardoso e Ana Januário
Oradoras: Joana Machorrinho e Ana Rita Fialho
Biografia:

• Ana Rita Fialho
  20 anos, nascida no coração do Alentejo, em Beja. Sou, neste momento, finalista do ramo de Literatura e Artes, da licenciatura de Línguas e Literaturas, da Universidade de Évora.
  Feminista, intolerante perante a intolerância, atenta e sensível às minorias. Luto contra a violência contra a mulher, contra o seu silenciamento e contra a sua repressão. Mulher que luta pelo lugar de toda e cada mulher, que é onde cada qual quiser. Sendo amante da Literatura e da Arte, tiro partido da palavra e da fotografia para fins estéticos e para fins de activismo.
  Projeto levantada do Chão: O Levantada do Chão nasceu no âmbito da cadeira de Literatura Inglesa e Artes, tendo sido, antes de mais, um trabalho académico. Foi no processo da sua execução que, com o impulso da docente que me acompanhou, ganhei coragem para mastigar a dor com mais veemência e fazer de um trabalho algo mais, algo que transcendesse e que pudesse servir como testemunho e como alerta para aquelas que vivem ou podem vir a viver episódios tão trágicos quanto aquele que no meu projeto retratei. A vítima foi a minha mãe, a quem agradeço por me ter dado permissão para transmutar a dor em arte e activismo, expondo o seu corpo e as marcas que nele ficaram eternizadas. A tragédia aconteceu a 27 de fevereiro de 2020, há um ano atrás, e hoje não há privilégio maior do que poder aliar o trágico ao belo, e essa simbiose ao activismo. O Levantada do Chão pretende ser um grito para que sejam cada vez menos a cair.
• Joana Machorrinho
  Psicomotricista em contexto clínico desde 2013 e doutoranda em Motricidade Humana. Mulher, investigadora, filha e agora mãe, estuda os efeitos do trauma no corpo da mulher violentada, na sua capacidade de agir, de fugir, de curar feridas e recomeçar. Os seus estudos já revelaram que estas mulheres se desligam do seu corpo como que para sobreviver, o que lhes dificulta a tarefa de se sentirem donas de si e capazes de fazer diferente, e aumenta a prevalência de sintomas de ansiedade, depressão e stress pós traumático

Formato: Roda de conversa – zoom
Hora: 21h

Tópicos:

• Apresentação do projeto Levantada do Chão, Ana Rita Fialho
• Joana fala do seu percurso
• Como é que a arte pode ser terapêutica e ser usada para ultrapassar traumas
• Como é que a arte pode re-conectar as vítimas com o seu corpo
• Corpo e memória

Sugestões para debate

• Criação espaço de arte, expressão não-verbal do trauma por parte das próprias vítimas de violência - serem as vítimas as aristas
• Arte terapêutica com outros traumas sexuais (ex: violação) ou também para ajudar as vítimas indiretas de violência doméstica (ex: filhos)
• Perceber, em concreto, como é que a arte ajudou no processo de aceitação, resiliência - várias fases por que passou
• Visão do corpo pela própria e pelos outros
• Contrariar estereótipos de beleza que nos são impostos

Estará também presente, nas nossas rodas de conversa, a Inês Rolim, Intérprete de Língua Gestual Portuguesa 🧏‍♀️.