1º Maio contra as Precariedades| Poveiros 14H
- Datas:
- Qua., 1 MAIO 2019 14:00h
4000-393
DJ CLITA, do FIBRA - Frente de Imigrantes Brasileiros Antifascistas do Porto
O combate à precariedade teve importantes avanços nos últimos anos. Foi este combate que tornou a precariedade socialmente condenável e que demonstrou que não vale tudo para servir os proveitos de alguns. Continuamos a saltitar entre o recibo verde e o trabalho temporário, entre o trabalho informal e o estágio, entre a plataforma virtual e a bolsa ioiô, entre o baixo salário e o desemprego. Trabalhamos para grandes e lucrativas empresas, ou para pequenas empresas que nos exploram da mesma forma, ou para o Estado que nos precariza para poder pagar as rendas aos “donos disto tudo”.
Aos “donos disto tudo” dizemos que não aceitamos fatalidades. Sabemos que, em conjunto, podemos tornar socialmente inaceitável que o Estado recorra à precariedade como regra, e por isso sabemos que ao nosso combate se deve a regularização dos vínculos precários no Estado, através do PREVPAP. Sabemos que os falsos recibos verdes são um óptimo esquema para demitir as entidades empregadoras das suas responsabilidades, e por isso sabemos que à nossa luta se deve a lei de combate aos falsos recibos verdes e o seu posterior alargamento a todas as formas de trabalho com vínculo desadequado. Sabemos que o trabalho temporário é o paraíso de quem quer um mundo totalmente descartável, e por isso sabemos que ao nosso combate se deve a limitação do número de contratos de trabalho temporário sucessivos.
Sabemos também que as mulheres são as mais precarizadas no mercado laboral e duplamente exploradas ao assumirem a maioria do trabalho de cuidados, o qual é totalmente desvalorizado pelo sistema capitalista, apesar de ser o seu principal sustento. Assim, a luta feminista é também um combate contra a precarização da vida e pelo fim de todas as formas de exploração. E sabemos ainda, tal como as novas gerações que estão na rua em todo o mundo nas greves climáticas, que quem nos explora é também quem explora o planeta como se pudéssemos amanhã viver em Marte, e por isso exigimos que os empregos promovam a justiça climática.
No 1º de Maio, sabemos que todas as lutas contam. Insurgimo-nos contra todas as formas de exploração, aqui e em toda a parte, com sorrisos e determinação.